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Mostrando postagens de 2011

zen

guardei              meu chi                            pra ti

discurso

Em primeiro lugar, é uma honra e um prazer estar aqui, neste momento, desfrutando integralmente desta experiência única, que é a vida, acompanhado de jovens que, mais do que promessas, representam um alento para a sociedade. Quando fui aceito para fazer parte do insigne quadro de professores do CETEC, em 2002, não fazia a mínima ideia da dimensão desta atividade; embora venha de uma família de professores. Sou jornalista por opção humanística mas, hoje, reconheço que sou professor por motivos que se sustentam no coração. Chega um momento na vida do indivíduo que é preciso deixar de lado os conceitos e viver de afetos; com o passar dos anos na instituição, também com o ensino na graduação, percebi que me aproximo cada vez mais desta condição. Sem, é claro, negligenciar o intelecto; mas é imprescindível valorizar a humanidade, a sociabilidade, a fraternidade. Meus queridos afilhados! Este momento é ímpar em nossas vidas; e me incluo nele pois tive o privilégio de compartilhar um an

lamentável!

estão morrendo os bons. cesária évora, sérgio britto e joãosinho trinta. joão gilberto foi escorraçado - pelo público e pelos patrocinadores. chico é uma unanimidade midiática. itamar assumpção já foi esquecido, sequer conhecido pela maioria. macalé, então, quem sabe? poesia, poucos leem. romances, só para o vestibular. tá difícil. o q temos ainda? quanto tempo temos ainda para suportar a mediocridade?

putz!

a livre expressão é uma grande conquista da sociedade moderna. cada um pode comentar, questionar e opinar (dar pitacos) sobre o tema q desejar. mas, pls! poderiam aprender a escrever primeiro. escrever 'a gente' tudo junto, 'idiota mil vesses idiota' é dar tiro no pé. se não sabem lidar com a própria Língua, omitam-se. dá dó! daí querem discutir comportamentos de outras pessoas! mas como? falar mal de políticos? mas como? sequer sabem se expressar corretamente e andam por aí, disparando, defecando, entupindo nossos olhos com o q há de pior. vamos com calma...

como assim?

enquanto rola nas redes sociais uma espantosa reação contra a enfermeira q matou seu yorkshire, ninguém se dá conta de q nove corpos de vítimas do ataque à escola municipal tasso da silveira, no rio de janeiro, já foram reconhecidos pelas famílias no instituto médico legal (IML). outros três corpos ainda não foram identificados. "Segundo o diretor de Polícia Técnica e Científica do Estado, Sérgio da Costa Henrique, o corpo de mais uma criança ainda será trazido do Hospital de Saracuruna." (exame.com) com isso, sobe para 13 o total de crianças mortas no ataque - além do próprio atirador, que se matou. dos alunos mortos, apenas um é menino. como se não bastasse, do outro lado do mundo, "pastores de igrejas evangélicas na nigéria estão acusando crianças de serem bruxas, levando ao abuso e a crueldade indescritíveis a crianças inocentes. elas estão sendo abandonadas pelos pais para morrerem, isso quando não são mortas, espancadas, queimadas, envenenadas, enterradas vi

entre as esquinas

uma cidade se compõe e se descompõe. diariamente. personagens encenam roteiros diversos em cenários pra lá de cotidianos, embora o olhar nunca consiga apreender o mesmo instante. desconcertante. assim se traduz a relação do indivíduo que caminha em sua rotina pelas ruas de sua cidade. na rotina as coisas escapam do olhar, os olhares se chocam mas não mergulham no desconhecido - não há tempo, não há possibilidades de interação, há medo, há descaso e um certo cansaço parece tomar conta dos músculos. mas existe salvação no caos e na dor. * * * * * as esquinas que levam a algum lugar: todas. as que concentram: as da júlio, as da luiz michielon, tronca, avenida itália, pinheiro, alfredo chaves, sinimbu, os 18 do forte, 13 de maio, moreira césar, avenida rossetti, as esquinas da visconde, luiz antunes, são leopoldo, rio branco, ernesto alves, bento gonçalves, doutor montaury, marquês do herval e garibaldi. * * * * * hoje é quinta-feira, poderia ser outro dia. poderia ser domingo!

'depois do almoço'

de sérgio capparelli: '[...] sempre, depois do almoço sou submarino: fecho escotilhas e afundo.' no livro 'duelo de batman contra a mtv' (L&PM, 2004)

atentem!

Informamos aos colegas que a Universidade de Caxias do Sul (UCS), em parceria com a PUCRS, desenvolverá, a partir do primeiro semestre de 2012, um curso de especialização em Comunicação Digital. Solicitamos que visite o endereço http://www.ucs.br/ucs/posgraduacao/lato-sensu/comunicacao/caxias-do-sul/comunicacao_digital/apresentacao para informações complementares e agradecemos muito se puderem multiplicar essa informação.

circunstância

não tenho como conversar contigo. ligo para o meu amigo e o celular está desligado. devo relaxar e virar de lado?

outro domingo

o q tu fizer eu te apoiarei no q tu quiser. eu te darei o meu amor e algo mais para q jamais tu decida partir. eu hei de ir além do q posso para q seja nosso o amanhã. o q tu desejar! café na cama volta ao mundo - eu te darei, pequena, pois vale a pena a vida inteira em um segundo - as metades de um romã.

fim de domingo

como pode tanto amor e nenhuma paz? como pode? tanto querer e essa distância interposta? q poeta de bosta me saí: rimo beijo com desejo mas no comezinho ao invés de rosas só espinhos. * * * TARDIO bem q eu queria despir-me nesta noite fria e agasalhar-me entre tuas pernas macias. bem gostaria tomar teus seios em minhas mãos beijar tua boca com ardor e endurecer com ternura bem sei q não há mal sem cura mas não há v ao meu lado não há ninguém no apartamento. o vento é só lamento e eu risco um X no calendário.

da série: bom de ler

artigo do magistrado aposentado mílton dos santos martins, na zh , do dia 1º de dezembro, p. 23: "violência da lei seca." a partir do q diz althusser, sobre os aparelhos ideológicos do estado, estamos diante de uma situação aplicável aos conceitos. concorde-se ou não. o q vale é a liberdade de expressão. ou não?

domingo

pela manhã, surpresa e manha. acordo com tua voz ao meu ouvido, bem disposto, e logo temos teu corpo e o meu enroscados com a vontade os cheiros e as perspectivas de um futuro para além do muro q hoje está interposto e q nos deixa distantes mas não como antes. hoje, pequena, a vida é mais serena como são os dias q antecedem nosso encontro.

meio ambiente

ler a entrevista com helio mattar, diretor-presidente do instituto akatu pelo consumo consciente ( www.zerohora.com/nossomundo ) é revigorante. principalmente para quem não acredita q ter um carro é sinônimo de felicidade e os q pensam q é possível mudar de hábitos. os q pensam o contrário... não sei se vão se interessar.

25.11.11

eu e meu amor somos impagáveis; brigamos, mas somos amáveis. nos amamos e tudo se ajusta às vezes, às próprias custas, outras, com a intervenção divina. pequena, menina... tudo q tenho - palavras, músicas, devaneios - deposito sobre teus seios. só o q tenho é a expectativa do teu amor. sem dor,                 por favor!

puxa vida!

estes momentos de chuva e ermidão dão medo e afasia. despertam sentimentos q escondiam-se no 'e então?' e escorriam pela pia. daí, com os meus botões tracei uma estratégia: tenho q manter minha alegria! não tive altas conclusões, mas, visualizei uma vitória-régia e, a partir dela, entendi o meu dia.

comentário

bob towne, roteirista de nova hollywood, responsável por bonnie e clyde , lembrou o seguinte: 'nietzsche e blake disseram q as estradas retas são os caminhos do progresso, mas as estradas tortas são o caminho da genialidade'. esta citação consta no livro de peter biskind, como a geração sexo-drogas-rock'n'roll salvou hollywood: easy riders, raging bulls , com tradução de ana maria bahiana e lançado no brasil em 2009. para quem gosta de cinema e de contracultura, são páginas reveladoras de um cenário q costumamos enxergar nos filmes apenas como referência. é para desfrutar.

de bicicleta, despreocupado

pensar em tanta coisa e chegar a pouca conclusão; dar voltas em si mesmo e perceber q esta circulação serviu para oxigenar o cérebro e o coração valeu o dia. melhor, ainda, seria voltar para casa e estar ao teu lado e me declarar apaixonado.

é

minha poesia consiste no q existe entre homens e mulheres minha poesia resiste em minha consciência

espera

enquanto espero por ti, vejo a chuva pelas frestas dos galhos da árvore q, imóvel, me observa da beira da calçada. é pouco mais do q onze da manhã e a perspectiva é de um dia invernal, embora a primavera já tenha se pronunciado. preguiça rima com delícia, mas é uma palavra q não pode constar na minha verborragia; afinal, há questões de literatura para serem decifradas, aspectos midiológicos para serem investigados e outras coisinhas q fazem a vida do professor valer a pena. pena é ficar a tua espera. não te ver, não te ouvir, não te sentir perto. um chá, talvez? talvez não dê tempo para tanto. o mínimo é muito, o muito é tão pouco. espero q tu entenda a chuva e a preguiça, e a escassez de tempo nesta espera, enquanto outras tantas coisas ocupam as horas. volto-me para a janela, enquanto a caneta repousa sobre o papel, à espera de minha decisão.

segunda-feira

logo eu, q prego o pensamento anárquico, a Aventura e o Romance, ficar calado diante do bom-mocismo! chega!, digo eu à terapeuta. pq estas pessoas q estão na trilha da confortabilidade, ao invés de se meterem na vida dos outros, não se limitam a cuidar de suas vidas? meu processo é outro, diferente dos demais, embora sejamos iguais, eu reconheço. mas faço o q tenho q fazer e a forma q faço difere dos demais, isso é certo - ainda bem!. e daí? o resultado é outro? sim, com quase certeza. se é melhor ou pior, não sei. as evidências estão na roda. se eu bebo, falam. se eu não bebo, falam. se eu converso, comentam. se eu calo, comentam da mesma forma. pôrra, me deixem quieto! ou como canta arrigo barnabé: 'quem cala consente, eu desacato.' não meto a mão com ninguém, se não meterem a mão comigo. quero a harmonia entre as pessoas, quero todas em paz. é minha grande contribuição para a humanidade. um mundo mais harmônico, em q todos não esperem nada de ninguém. um

novidade

é sempre bom escrever mesmo sem prever alguma coisa sobre a mesa alguma coisa sobre a natureza alguma coisa sobre a possibilidade de ter ao alcance a perspectiva de uma novidade uma coceirinha uma maneira de dizer q o AMOR é ainda a melhor forma de evitar a dor.

puxa!

me sinto em istambul no rio floripa e em cabul me sinto assim em pedaços neste mundo globalizado meu espírito circula adoidado

novo

de humores e amores a vida se constitui. enquanto no céu o urubu plana eu flano pelas avenidas. cicatrizadas as feridas um novo ciclo se inicia sob o sol a pino ou sob o signo da lua cheia nunca é tarde para desejar o melhor.

da série: cenas do cotidiano

no micrinho, uma senhora amparada por muletas paga o motorista e se prepara para descer. atrapalhada, lógico, com os acessórios e a catraca, se depara com um soldado da brigada militar q, sem dar bola à situação, arremete para subir e ignora, solenemente, o estado da cidadã, q fica mais encrencada, pois o dito cujo é grande e ocupa todo o espaço. respeito é uma virtude escassa.

não empurra!

é dose! tão cheia de pose... mas, assim como o corpo funciona ao natural ele também nos dimensiona e nos torna iguais. tão cheia de pose tão blasé! se me permitem dizer: embarque num carro com vidro fumê e vai te fuder!

um dia especial

desde o nascimento tudo é festa algumas vezes, nada presta, mas é só um momento, abre-se nova janela e embarcamos num barco a vela. * * * do dia, só a metade; do amor, a saudade; da dor, a ausência; do choro, a inexistência. para a noite, um pedaço; para o amor, só um estilhaço; para a dor, reserva-se o devir; para o choro, enquanto ainda sentir. não há dia, não há noite, há o existir; se não há o amor, resta a paixão; se não há dor, sobra solidão; se não há choro, contento-me em sorrir. * * * DEU no  halloween, exorcizei no mesmo dia, do saci, um novo pulo. nos finados, enterrei os corpos q ainda sobranceavam. no meu aniversário lembrei, hilário, das nuvens e das pessoas q ofuscaram a vida q me cabia e q aceitei.

invisibilidade

corre um papo por aí de q a sociedade moderna tornou o ser humano invisível. q poucos prestam atenção no Outro, q os seres se movem indiferentes ao choque de braços e à beleza da primavera. sei não, sei não! "sei lá, ceilão!" sempre desconfiei do totalitarismo das opiniões e, hoje, cada vez mais. afinal, quem garante q eu serei preservado se optar por destoar meu canto da ladainha predominante? ah, dirá alguém: tu fez de propósito, só pra chamar a atenção! ah, entendi (talvez): é preciso q eu cante no mesmo compasso do restante do coro para não ser percebido. ah, entendi... além das mesmas calças jeans devo barbear-me todos os dias, dormir cedo e "alimentar-me" bem. devo casar, ter filhos e, no mínimo, passar as férias na praia. talvez comprar, enfim, um carro, nem q seja um de segunda mão. ah, tá. se continuar assim deste jeito, q não tem nada demais em relação ao Outro, jamais serei invisível, todos perceberão q eu existo. mesmo q eu fique na minha,

finados

este silêncio parece ser o fim. paciência, não tenho mais idade para conter minha insaciedade sequer ciência para contornar a ausência. este silêncio                      é o fim

comentários

dois livros me arrebataram, dois outros devem provocar o mesmo. e por isso, quero compartilhar com vocês. primeiro, então, 'o amante detalhista' (companhia das letras, 2005), de alberto manguel. furioso ou curioso? ambas as interpretações: a história de anatole vasanpeine é estranha, como estranhos são nossos comportamentos mais obscuros. ser inodoro, insípido e incolor - ninguém o notava, nem ninguém a ele interessava. empregado de uma casa de banho, adquiriu o hábito de espionar pelas frestas dos quartos, 'pedaços' dos corpos ali presentes. sim, conforme manguel, ele não tinha curiosidade e ser voyeur de corpo integrar, queria apenas 'o' detalhe. depois, com o advento da máquina fotográfica, começou a registrar estas partes e, em casa, sim, compunha um 'novo' corpo e ali se realizava. até q... um belo dia conheceu uma mulher. 'os poetas nos ensinaram q, para o amante, esperar causa ao mesmo tempo enlevo e dor, mesclando a alegria da exp

segunda

amanheci vazio sem metáforas da angústia com a antítese da plenitude mas, as calçadas e o vento frio me devolveram a atitude

tio da casquinha

Em Um olhar sobre a cidade e outros olhares , de 1996, afirmo: “nesses bares / os lares q nunca tive”. O professor Jayme Paviani, referindo-se aos versos, encontrou a razão: “[...] uma certa ternura consigo mesmo. [...]”. Velho conhecido Pelas ruas da cidade, um personagem construiu outro personagem. As histórias se confundem, mas não há nada de invenção; ele é real. O mundo estava nos estertores da Segunda Guerra Mundial em 1947 e Ruy da Silva Peres começava a circular pelas ruas de Caxias do Sul. A vender “casquinhas”, uma fórmula culinária que, desde aquele ano (ou desde 1946, ele não sabe precisar) permanece intocada e envolta em mistério. O mundo mudou, ele interagiu com o mundo ao redor. Lá se vai mais de meio século, e o encanto continua. Talvez pela fórmula ultra-secreta dos quatro cones de massa doce acondicionados em sacos plásticos, depositados em um latão verde, já descascado e muito rodado; muito mais provavelmente pela simpatia e bom-humor do “Tio da Casquinha”, co

s/ título

ao som de yamandu costa, no japão. hoje olhei minhas mãos e pensei: a morte me aguarda. aí relaxei.

s/ títulos (algumas)

manequins me olham ausentes estanques como alguns q aqui habitam * * * o q fazer com tantas opiniões se tudo na vida tem os seus senões? * * * INTERNÉTICA tantos olhares e as paisagens a mim me bastam tuas msg * * * te amo desde o princípio na beira do precipício. * * * queria estar contigo queria convesar contigo queria viver contigo por ora, contra minha vontade, sou teu amigo. e resta a cidade                           como abrigo * * * não te ligo. me desligo de minha ânsia. não te esqueço um minuto sequer. mas, saiba, tudo isso requer - em alguma instância - doses de paciência e ainda não sei se sou capaz. * * * me sinto solto como as nuvens sob o ceu azul increu acredito nas possibilidades sob os veus.

aí vai!

cada um por si e todos pelas possibilidades as ruas da cidade escancaram o estar aí * * * todos os dias os rituais. seria melhor fazer parte dos iguais? * * * amor não prescinde de dor. mas, tu? * * * eu penso mas inexisto o q tinha a dizer era apenas um xiste. * * * atitude complacente com a vida. amar amar amar gozar com as virtudes do bem-viver e com a paciência da espera esperançosa diante da possibilidade de a quimera, um dia, em realidade se revelar. * * * chuva na primavera longa espera pelo sol pelo teu sorriso q transforma as horas corroídas em um arrebol. * * * por trás deste rosto impassível há um ser sensível acredite. v q passa na rua às vezes nem acredita na lua! * * * fico feliz em saber de ti. quando nos calamos os espaços se evidenciam. e aí é aquela história... a mesma de sempre. e não é isso o q queremos. ou sim?

da série: irresponsabilidades são dos outros

"63,7 milhões de reais é o prejuízo causado aos cofres públicos pelo 1,4 milhão de alunos q se inscreveram no ENEM mas não compareceram." (fonte: ZH, 25.10.2011)

nova quinta

e tu se insere no meu pensar. e eu fico sem saber o q fazer. tento acomodar minha vida e minhas vontades em outros braços e lá vem tu, com teu olhar, teu sorriso, tua graça, a me perturbar. não basta dizer venha, não basta eu querer. tu é musa do século 19 - inatingível, inalcançável, incorpórea. quisera eu desfrutrar do teu corpo, dos teus beijos, do teu sorriso, do teu olhar todos os dias. mas estamos assim - eu aqui, tu lá. sombranceando um sentimento ímpar.

quarta-feira

imagens não faltam. cenários: um gato de pelúcia com pés de chumbo caminhando sobre o peito. uma corda no pescoço feito gargantilha. a travessia em uma pinguela sem saber se ela vai resistir. angústia. o clímax de tantas preocupações mundanas e cósmicas q não se explicam/justificam pela vibe da sincronicidade. mulheres lindas sob o olhar desejos de todos pelo coração pela mente pelo pênis. hemorragia de desejos não satisfeitos. alcançar a mente a alma o sensível o suscetível q possa alavancar uma mudança no rumo das coisas postas. portas q se fecham janelas q se abrem. 'a esperança é possível' mas, impassíveis, assistimos o q fazer o q querer o q saber o q dever.

de um outro tempo

a janela está aberta e por ela entram vozes, ruídos e o cricar musical dos grilos; por ela saem fumaça de cigarros e abstrações. de cor cinza e vidros sujos, a janela é um elo com o lá-fora; o céu estampado nos seus retângulos parece uma pintura, diria impressionista; a janela é o elo com o cá-dentro; a luz tênue da rua alcança os chinelos de quem está sentado próximo a ela, juntamente com o ar modorrento da noite primaveril. a janela, indiferente, enquadra os seres q, por sob ela, passam atarefados; cobre a sua indiscrição a cortina, q, no seu canto, impede a passagem da luz e abriga insetos voadores nas suas dobras; como o calor é forte e denso, embora noite, ela é mantida afastada para q a brisa noturna entre na sala. fico pensando na impraticidade de uma sala sem janela; e percebo q a janela, alta ou baixa, estreita ou larga, com vidros ou sem vidros, é um instrumento/plataforma bastante de fantasia: por certo, por esta q vejo aqui, sonhos já flutuaram, discos voadores já invadi

midiático

as ovelhinhas no céu anunciam para os telhados um sonoro rá-tá-plam. as ovelhas chomskianas não chovem nem molham. - só esperam sentadas. * * * NO XIS jantar em família e a novela no ar. não há como concentrar.

s/ título

nos versos de 'um olhar' o amanhecer se pronuncia com a suavidade de baker e a timidez solar

pós-feriado

SÍNCOPE leio o q escrevo releio o q tu me responde. em algum lugar chegaremos. resta saber: onde? * * * SENSAÇÕES o vento desfolha a primavera. era bela; já era? * * * flores nas cavidades dos parelepípedos cheiram melhor q as descargas, criam, com a cidade, assim, uns lances íntimos.

e daí?

saio pela cidade em busca do enternecimento. a qualquer momento a dura realidade. * * * deuses cochicam em meus ouvidos. para muitos, sou mouco; para tantos,                 não passo de um louco. * * * cruzo com mendigos e industriais encontro operários e artesãos aos céus lanço minhas mãos e recolho, satisfeito, meus ais. * * * ÃO as tardes são cheias de paixão as noites me dão a ermidão. * * * a mim não interessa a raça a mim não preocupa a pressa quero apenas a preguiça me importo é com a graça * * * abro-me para o pensamento cósmico, abrangente, depositado em todo ente. se é o q há, é no q me alento. * * * percebo, num segundo, q toda a insaciedade, se dá pela variedade q há no mundo. * * * OFÍCIO muitos desconfiam mas não dou margem: as palavras me desafiam. parece bobagem. * * * há dias em q o mundo se aquieta há dias em q tudo me inquieta eu penso tantas coisas num instante eu penso q o universo é bastante e mesm

notícia

80 anos de cristo redentor da miséria q ainda assola o brasil. 80 anos de cristo entre o achaque e a pilhéria sob céu anil. 80 anos de cristo q observa as avenidas cheias de belezas e feridas. 80 anos de cristo q simboliza o gigantismo de braços abertos para o ufanismo.

as bodas bárbaras

o título do comentário é o título do romance de yann queffélec, de 1985, para o qual cabem definições como 'deslumbrante' e 'arrepiante', para começo de conversa. trata-se da história de um menino, ludovic (ludo), q nasceu contra a vontade da mãe e dos avós, já q foi resultado de um estupro - durante a gravidez, a mãe tenta de todas as formas abortá-lo, inclusive chicoteando o ventre! ele passa sua infância inteiramente à margem, escondido pelos avós no sótão da casa, sem ver o 'lado de fora', apenas ouvindo o barulho do oceano. fechado, rodeado de insetos e podridão, desenvolve um amor doentio por nicole, sua mãe - contraposto por um ódio intenso de ambas as partes. até q, certo dia, é enviado para um hospital psiquiátrico, mesmo todos sabendo q ele não é louco, embora queiram acreditar q sim. intenso, dramático e doído, 'as bodas bárbaras' ainda é uma grande surpresa para mim, mesmo antes de chegar ao fim da leitura; deparo-me, em suas páginas, co

tempo

a tarde se encheu de flores de cheiros e suores lá fora o sol repinicava; sobre os lençois a gente brincava. mais adiante depois de horas mastigadas senti tua ausência                              - marcante - nas dobraduras da madrugada.

Em trânsito

Não há caminho longo sobre o selim da bicicleta ou a poltrona de um ônibus. As mãos tornam-se desnecessárias - corpo e metal fluem sobre rodas. Cheiro de asfalto, cheiro de esgoto, cheiro de pão, cheiro de vida. O céu azul sobre o petróleo cinza sob os pneus - olhos de gato sinalizando caminhos, placas chamando a atenção pelo ofuscamento. De bicicleta, para no viaduto e o sol se põe; sem tirar nem por, invariavelmente, insofismável, indiscutível, previsivelmente Belo. De ônibus, a paisagem se transforma em quadros, emoldurados pela janela e móvel, intensamente móvel. * * * Logo cai o pano, na boca do palco, no teatro da vida. A cidade volta para casa para logo mais retornar à rua. Muito brilho, luminárias, esculturas de neón, mulheres marmóreas de Vinicius, pessoas interessantes como pessoas que são. Quantos, daqui a alguns anos, terão eternamente a idade de hoje? * * * João toca violão e os amigos fazem o coro no tradicional bar da esquina. Tradicional para aquela esq

s/ título

madrugada. (sem minha amada) a cama vazia. quem sabe, um dia...

chuva fina

ao som de john mayall há tempo meu peito não chia com a solidão q um dia invadia as tardes de chuva mesmo sendo inverno, ainda q verão. talvez seja pq teus beijos-pluma tenham afastado a bruma e toquem de leve meu coração.

cena

pequena, viu o poema? não, disse ela, olhava pela janela! pois, e então?

então!

na manhã, escondido atrás da primavera sonhei com o verão. e continuo à espera.

um dia

em paz o passado jaz * * * se fosse como tu diz provavelmente seria infeliz * * * meu bem quem é q tem o segredo do bem querer? * * * SOLTEIRICE saí. ninguém em casa. e daí? * * * sem lua a noite fica com pouca graça. mas a praça... ah! * * * putzgrila! eu com pressa e essa fila... * * * LOTAÇÃO ouço o q não gosto me resta apostar na memória. * * * escrevo e me perco no interstício. questão de ofício. * * * CIDADE sinuca. depois o hotel. mais uma noite ao léu.

agora

só ao te olhar o mundo se transfigurou. eu ou ele              pirou * * * folhas no chão páginas reviradas ao teu lado nada é mais do q tudo * * * não me venham com convenções! são puras invenções daqueles q não sonham! * * * penso em ti em meu desvario ao me dar conta rio. * * * sob suspeita meu olhar me trai. paixão não se estreita.

aqui estou

sozinho              te invoco te chamo porque te amo penso em ti                    e me provoco.

tarde

estaremos refletindo ou repetindo antigos comportamentos negando nossos sentimentos adiando a possibilidade de sermos felizes em qualquer instância nos adequando à facilidade de seguirmos as diretrizes construídas em nossa infância quando deixamos de ser para apenas ir seguindo... * * * ao sentir teu corpo junto ao meu, juro! eu era nada mais do q eu. * * * a tarde ganhou brilho o sol voltou a raiar o trem anda no trilho e o passarinho a voar * * * SONHO nesga de luz no quarto. acordo, e teu sorriso me seduz.